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Resiliência Climática

Artigo

A resiliência climática refere-se à capacidade de comunidades, sistemas e instituições de resistir, adaptar-se e se recuperar dos impactos adversos das mudanças climáticas com consequências cada vez mais extremas. Para enfrentar esses desafios, o poder público desempenha um papel crucial, exigindo uma abordagem estratégica, proativa e integrada em sua estrutura e com a sociedade. Vou listar algumas diretrizes sobre como o poder público deve se comportar direcionado a produzir a resiliência climática:

1º. Planejamento e Implementação de Políticas: Governos devem desenvolver e implementar políticas que promovam a resiliência climática. Isso inclui a criação de planos de ação climática que abranjam desde a mitigação de emissões de gases de efeito estufa até a adaptação às mudanças inevitáveis. Políticas eficazes devem ser baseadas em evidências científicas e incorporarem avaliações de risco e vulnerabilidade. As instituições de ensino superior devem estar presentes no desenvolvimento das políticas públicas.

2º. Engajamento da Comunidade: A resiliência climática só pode ser alcançada com o envolvimento ativo de toda a sociedade. O poder público deve facilitar a participação cidadã, promovendo a educação e a conscientização sobre questões climáticas, em todos os espaços possíveis, incluindo escolas e espaços de saúde, bem como incentivando a colaboração entre diferentes setores da sociedade, incluindo empresas, ONGs e instituições acadêmicas.

3. Investimento em Infraestrutura Resiliente: Investir em infraestrutura que possa suportar eventos climáticos extremos é essencial. Isso inclui a construção de sistemas de drenagem eficientes, a melhoria da resistência de prédios e novas construções e a implementação de sistemas de energia renovável. Governos devem priorizar projetos que aumentem a resiliência e reduzam a vulnerabilidade a desastres naturais como “Cidades Esponjas”.

4º. Gestão de Recursos Naturais: A gestão sustentável dos recursos naturais é fundamental para alcançar a resiliência climática. Governos devem promover práticas agrícolas sustentáveis como a agroecológia, a supressão de agrotóxicos, a conservação de florestas e da fauna, e a proteção de ecossistemas costeiros e marinhos. A gestão eficiente da água, em particular, é crucial para enfrentar períodos de seca e enchentes.

5º. Apoio à Pesquisa e Inovação: Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras que possam ajudar na adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas é vital. O poder público deve apoiar iniciativas científicas e tecnológicas que busquem soluções práticas e sustentáveis para os desafios climáticos, investindo 3% do PIB em pesquisas científicas.

6º. Financiamento e Recursos: Assegurar o financiamento adequado para iniciativas de resiliência climática é fundamental. Isso pode incluir a alocação de fundos públicos, a criação de incentivos fiscais para investimentos privados em resiliência e a busca de financiamento internacional para projetos climáticos.

7º. Governança e Coordenação: A resiliência climática requer uma abordagem coordenada e integrada entre diferentes níveis de governo e setores. É essencial estabelecer mecanismos de governança que facilitem a colaboração entre municípios, estados e órgãos federais, bem como a integração de políticas climáticas em todas as áreas de planejamento e desenvolvimento.

Ao adotar essas diretrizes, o poder público deve desempenhar o papel de protagonismo na construção de comunidades mais resilientes e preparadas para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, fruto do descaso ambiental desenvolvimentista desenfreado. A ação governamental eficaz é crucial para proteger vidas, meios de subsistência e o meio ambiente, assegurando um futuro sustentável para as gerações futuras.

Todas estas ações foram negligenciadas, ao longo do tempo, por gestores públicos, seja por incompetência e omissões criminosas, ou por ação direta, impedindo ou suprimindo leis que nos dariam um marco legal intransponível para a construção ou transformação das cidades em sustentáveis e resilientes. 

A tragédia ocorrida em maio de 2024 tem nome e sobrenome. Optar por candidatos do Partido Verde é dar esperança que, em alguns anos, tenhamos atingido o sonho de morarmos em cidades preparadas para enfrentar a emergência climática.

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Autor(a)

Márcio Souza da Silva

Presidente Estadual do Partido Verde do Rio Grande do Sul


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